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5.07.2012

Con(Viver) com a Espondilite Anquilosante



Ao receber um diagnóstico de uma "Espondiloartropatia Inflamatória" a primeira coisa que passa pela cabeça da gente é tentar decorar o palavrão. No meu caso, pedi para que a reumatologista escrevesse num papel para que eu repetisse até decorar o nome desta “coisa” que nem sabia o que era. Como fui pega de surpresa, não tinha como consultar “dr.Google” e levar prontas milhões de perguntas. O que já podia prever de antemão é que devia ser sério.

Quando pedi que me explicasse melhor, ela falou das doenças reumáticas autoimunes que fazem parte das “espondiloartropatias inflamatórias”: Síndrome de Reiter (artrite reativa), Doença de Chron, Espondilite Anquilosante, Artrite Psoriática e a Indiferenciada. Falou que a princípio seria classificada como indiferenciada até que fechasse o diagnóstico, mas que tudo estava se encaminhando para uma Espondilite Anquilosante...


Passei o ano anterior todo tratando uma hérnia de disco que apareceu depois de uma infecção urinária. Nada melhorava a dor daquela pequena hérnia e o repouso e os remédios só pioravam a situação. Nenhum dos médicos (ortopedista, neurologista e algologista) que me acompanhava entendia o porquê da minha dor e, preocupado com meu quadro, meu chefe me sugeriu procurar um clínico geral. Os especialistas não estavam conseguindo chegar a uma solução que resolvesse meu caso.

No clínico (que considero hoje meu anjo da guarda) as perguntas foram precisas: dor na lombar? Sim. Dor na cervical? Sim. Após infecção urinária ou gastrointestinal? Sim. Abaixa? Não. Dor quando dorme? Sim. Entrevada quando acorda? Sim. Problema de ombro ou coxo-femural? Sim, bursite de ombro e trocantérica eterna. Faz isso? Faz aquilo? Com todas as perguntas respondidas, pensei que tinha que trocar meu ortopedista, mas não era por ai... Ele me explicou que havia uma doença reumática que apresentava aquelas características, mas que deveria fazer uma ressonância da bacia e alguns exames de sangue para um reumatologista avaliar. Depois com ar de preocupação me falou que se fosse comprovada a doença não poderia mais atuar na minha área e seria aposentada. Saí do consultório dizendo que ele não se preocupasse, pois não seria nada daquilo.


Tinha esperança que os dois exames de HLA B-27 super-negativos me poupassem da maldição, mas a reumatologista disse que o exame genético não mudaria nunca (não adiantava nada repetir tantas vezes), e que não era impedimento para o aparecimento de uma doença autoimune. Iniciei naquele mesmo dia o meu tratamento quimioterápico...


Marta Back

Um comentário:

  1. ola Marta Back,gostaria muito de entrar em contato com você.estou ha oito meses afastada do meu trabalho,e fui diagnosticada com espondilite anquilosante.não conheço outros pacientes com a mesma doença,principalmente mulher.gostaria de trocar informação e fazer uma amizade com alguem que passa pelas mesmas condições que eu.por favor entre em contato comigo.espero ansiosa.

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